O secretário–geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público
Federal (Condsef), José Milton da Costa, considerou irrisória a oferta
de 450 vagas do novo concurso para área administrativa do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), autorizado pelo Ministério do Planejamento no
fim do mês passado. “O quadro de pessoal do MTE se encontra bastante
defasado. Por isso, apenas essas vagas não serão o bastante para suprir
as necessidades.” Das oportunidades, 415 são para agente administrativo.
O cargo requer o nível médio e, por isso, deve atrair milhares de
pessoas. No último concurso para a carreira, realizado em 2008, mais de
300 mil pessoas se inscreveram para a disputa. Os ganhos são de
R$2.946,22, sendo R$1.568,42 de salário-base, R$1.004,80 de Gratificação
de Desempenho da Carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho
(GDPST) e R$373 de auxílio-alimentação.
As outras 35 vagas são para a função de contador. Os interessados em
concorrer devem ter nível superior da área. A remuneração é de
R$4.354,42, sendo R$1.990,22 de salário-base, R$1.991,20 de Gratificação
de Desempenho da Carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho
(GDPST) e R$373 de auxílio-alimentação. De acordo com o
secretário-geral, é possível que as vagas contemplem todo o país, uma
vez que há carência de pessoal em todos os estados. “No Rio de Janeiro
ou em qualquer lugar do país, o Ministério do Trabalho e Emprego não
possui servidores suficientes”, frisou. José Milton da Costa informou
que cerca de 70% dos concursados de 2008 já deixaram o ministério. “O
pessoal usa o órgão como trampolim. Como os rendimentos não são
atrativos, assim que conseguem uma oportunidade melhor partem para o
novo destino”. Na última seleção, a oferta foi de 1.822 vagas, sendo
1.628 para agente administrativo e as demais para administrador e
economista. Mais de 2.100 aprovados foram convocados, sendo cerca de
1.930 somente para o cargo de agente administrativo.
Para conter essa evasão, o sindicalista argumenta que a solução é a
implantação de um plano de carreira para os servidores administrativos
do MTE e a realização de concursos periódicos. Ele, ainda, ressaltou que
toda a administração pública federal, direta e indireta, necessita de
pessoal. “Todos os órgãos estão com defasagem de pessoal. Atualmente,
temos cerca de 670 mil servidores públicos federais e essa é quase a
mesma quantidade do início da década de 1990”, diz. Segundo ele, o
Brasil precisa ter 1 milhão e 400 mil servidores públicos federais. “Os
mais de 120 mil servidores contratados pelo governo Lula apenas serviram
para repor o pessoal que saiu ou se aposentou nas últimas décadas. A
força de trabalho não foi ampliada.”
Segundo informações da Assessoria de Imprensa do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), o órgão já começou o processo de escolha da organizadora
do concurso para 450 vagas para área administrativa, que deverá ser
finalizado em novembro. O concurso foi autorizado em setembro e o edital
poderá ser divulgado até 27 de março. Mas, bem antes disso, as regras
da seleção deverão ser disponibilizadas. Concurso anterior - Em 2008,
ocorreu o último concurso para área administrativa do MTE, sob
organização do Cespe/UnB. A avaliação teve 120 questões objetivas, sendo
30 de Conhecimentos Básicos, 30 de Complementares e 60 de Específicos.
Foram aprovados os candidatos que obtiveram, pelo menos, seis, sete e 18
pontos, nos respectivos agrupamentos de matérias, e mais 38 pontos no
total do exame.
Fonte: Folha Dirigida