As provas do concurso para a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram aplicadas na manhã deste domingo, 2, em
todo o país,e, houve confusão em diversos estados. Em Brasília, alguns
candidatos que fariam a prova na Universidade Paulista (Unip) não receberam as
provas e outros abandonaram o concurso no meio de toda confusão. Para a candidata Vanessa Oliveira, o que ocorreu foi um grande
absurdo. “A organização foi terrível, a Cetro Concursos faltou com respeito com
os candidatos que estavam estudando meses em busca de um objetivo”,
declara. Alguns candidatos que
disputam vagas para técnico em regulação e vigilância, de nível médio, deveriam
realizar uma prova com 80 questões, mas o cartão de resposta continha apenas 60
questões. Esse problema foi relatado tanto em Brasília, como na cidade de
Maceió, capital de Alagoas.
“Fiz a prova na Unip e por
volta das 8h25 as provas ainda não haviam sido entregues, somente começamos a
fazer às 8h35. Quando deu 9h, alguns
candidatos começaram a gritar que o concurso havia sido cancelado, mas os
fiscais da minha sala ainda não sabiam de nada. Com o tempo, cada vez mais
candidatos passavam gritando e batendo nas paredes, falando que os cadernos de
prova tinham sumido e eles não tinham provas. Na minha sala, as pessoas
continuaram a fazer a prova, até que uma das candidatas foi ao banheiro e
percebeu que todo mundo estava deixando o prédio com o caderno de prova. Os candidatos que estavam na minha sala
também decidiram se retirar. Candidatos relataram que os fiscais tentaram
repassar a prova dos faltosos para os presentes que estavam se o caderno de
questão. Gerou-se um boato de malotes sem lacres”, contou Vanessa.
Em busca de esclarecimentos
Na manhã desta segunda-feira, dia
3 de junho, a Anvisa publicou uma nota informando que encaminhou ofício à
direção da empresa Cetro solicitando informações sobre o andamento da prova do
concurso público aplicada neste domingo. Segundo a agência, o prazo para a
empresa responder é até as 14h desta segunda. Com base nessas informações, a
Anvisa adotará as medidas cabíveis. No domingo, dia 2, FOLHA DIRIGIDA tentou por
diversas vezes entrar em contato com a assessoria de imprensa da organizadora,
mas não obteve resposta. Os atendentes da Cetro apenas afirmaram que estavam
cientes e tentando solucionar os problemas.
O concurso da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) é destinado a preencher 314 vagas para os cargos
de especialista em regulação e vigilância sanitária, analista administrativo,
técnico em regulação e vigilância sanitária e técnico administrativo. As provas
objetivas e discursivas foram aplicadas
nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Campo
Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa,
Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio
Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina, Vitória. Os
salários vão de R$ 4.760,18 a R$ 10.019,20. Todas as vagas são para
Brasília.
No Rio de Janeiro, mais problemas
Filipe Fernandes
Por conta do amistoso entre
Brasil e Inglaterra, que irá na tarde deste domingo, 2, a Cetro Concurso,
responsável pela organização da seleção da Anvisa, transferiu os candidatos que
realizariam provas no Cefet-RJ, na avenida Maracanã, para o Colégio Estadual
Vicente Jannuzzi, na Barra da Tijuca, 26 Km distantes. Porém, uma falha de
comunicação prejudicou alguns candidatos, que se dirigiram para o local que
constava no cartão de confirmação de inscrição.
A alteração foi publicada pela Cetro Concursos na última quarta-feira, 29, no edital de convocação. Segundo os candidatos que se dirigiram ao Cefet-RJ, não houve tempo hábil para a mudança. A organizadora disponibilizou três ônibus para transportar os candidatos para o local correto. Os ônibus saíram em direção ao novo local de provas às 8h05. Com isso, os candidatos que esperavam no Colégio Jannuzzi se revoltaram com o atraso, o que gerou um grande tumulto.
A nutricionista Laila Corrêa concorre o cargo de analista administrativo e estava no veículo cedido pela Cetro, informou a FOLHA DIRIGIDA que quando chegou ao local foi impedida de descer do ônibus para sua segurança e se deparou com um motim muito grande, para o qual foi necessária até a intervenção da Polícia Militar para conter os candidatos que gritavam exigindo a anulação das provas.
Com a demora, algumas pessoas desistiram. É o caso do casal Felipe e Isaura Reis, ambos da área da Odontologia e aspirantes ao cargo de especialista em regulação e vigilância sanitária. Para Isaura, esse será um aniversário inesquecível. “Hoje é meu aniversário, não esperava passar por um episódio desses. Estou há seis meses fazendo curso preparatório e acontece isso. É uma falta de respeito”, declara.