Garantir o Banco Central do futuro. É isso o que espera dos futuros
aprovados no concurso da autarquia a chefe do Departamento de Gestão de
Pessoas do BC (Depes), Nilvanete Ferreira da Costa. Em entrevista
exclusiva à FOLHA DIRIGIDA, a gestora de pessoal do banco falou sobre o
desejo de nomear os classificados para as 100 vagas de técnico e 400 de
analista tão logo seja concluído o concurso – a previsão é de divulgar o
resultado final em março do ano que vem – e do interesse em contar
também com os excedentes da seleção.
Nilvanete Ferreira tirou dúvidas sobre requisitos e etapas, respondendo inclusive a perguntas enviadas pelos leitores da FOLHA DIRIGIDA, e avisou que para quem quer ingressar no BC a hora é agora, uma vez que uma nova oportunidade só deverá ser aberta a partir de 2015. A chefe do Depes aproveitou para convocar especialmente as mulheres a participarem da seleção, cujas inscrições se encerram no próximo dia 9 (leia matéria AQUI). “Precisamos de mais mulheres no Banco Central”, disse ela, citando que o quadro atual conta com aproximadamente 22% de mulheres. “Todos são bem vindos. Precisamos é de diversidade”, completou ela, que também destacou os atrativos da carreira no banco e detalhou o processo de aposentadorias com o qual o banco tem sofrido.
Nilvanete Ferreira tirou dúvidas sobre requisitos e etapas, respondendo inclusive a perguntas enviadas pelos leitores da FOLHA DIRIGIDA, e avisou que para quem quer ingressar no BC a hora é agora, uma vez que uma nova oportunidade só deverá ser aberta a partir de 2015. A chefe do Depes aproveitou para convocar especialmente as mulheres a participarem da seleção, cujas inscrições se encerram no próximo dia 9 (leia matéria AQUI). “Precisamos de mais mulheres no Banco Central”, disse ela, citando que o quadro atual conta com aproximadamente 22% de mulheres. “Todos são bem vindos. Precisamos é de diversidade”, completou ela, que também destacou os atrativos da carreira no banco e detalhou o processo de aposentadorias com o qual o banco tem sofrido.
FOLHA DIRIGIDA - O Banco Central, sobretudo o Depes, trabalhou
durante bastante tempo para conseguir realizar esse concurso para
técnico e analista, cujas inscrições se encerram no próximo dia 9. A
administração do banco já está trabalhando no sentido de nomear o quanto
antes os classificados para as 500 vagas e também os excedentes tendo
em vista que tem havido uma grande evasão nos últimos anos,
principalmente, em razão de aposentadorias?
Nilvanete Ferreira da Costa - Naturalmente, o banco tem
o interesse de nomear os aprovados tão logo seja concluído o concurso.
Mas isso não está somente na nossa mão. Dependemos de autorização do
Ministério do Planejamento para proceder a nomeação e essa autorização
nós só pedimos no momento em que se divulga o resultado final do
concurso, o que provavelmente deve acontecer em março do ano que vem.
Essa é a previsão com a qual estamos trabalhando. Não dá para falar no
momento sobre nomeação de excedentes. As coisas acontecem por etapas e
cada coisa tem seu tempo. O nosso foco é obter autorização para nomear
para as vagas autorizadas tão logo seja concluído o concurso
Mas existe o interesse na nomeação dos excedentes?
Quando se pensa no concurso, se estabelece prazo de validade,
naturalmente, se pensa em aproveitamento de excedentes. Agora, eu não
posso assumir um compromisso de que vamos efetivamente nomear os 50% a
mais que a legislação autoriza, porque isso também depende de
autorização do Ministério do Planejamento. Há interesse do banco em
nomeá-los. Mas isso é uma outra discussão, em um outro momento. Não é
agora.
Sobre a seleção em si, com a mudança da banca em relação ao
último concurso, de 2009, os candidatos podem esperar uma diferença
muito grande no perfil das provas?
Cada concurso atende a uma necessidade identificada no momento. As
mudanças decorrem do próprio edital. Tivemos algumas alterações no
edital e elas visam a atender às necessidades específicas identificadas
no momento em que fizemos o levantamento para definir vagas e perfis.
Com a alteração da banca é natural que haja alguma mudança no tipo de
prova, porque cada uma tem uma maneira de trabalhar. O que buscamos é
garantir sobretudo a plena segurança e o compromisso com o cumprimento
de tudo que é previsto e acordado na legislação e no contrato. É feito
um acompanhamento permanente disso.
O cargo de técnico na área de Segurança Institucional prevê a
possibilidade de porte de arma e condução de veículos. O BC irá
proporcionar o porte de arma e a habilitação para dirigir aos técnicos
dessa área ou aqueles que ingressarem já deverão possuir essas
habilitações?
Os candidatos não precisam ter essas habilitações para
participar ou para tomar posse. O porte de arma é obtido junto à Polícia
Federal. Há um curso e toda uma preparação que é feita depois da posse.
Mas é um grupo pequeno que é alocado em atividade na qual isso é
necessário. O importante é que o edital deixa claro que o candidato
aprovado no concurso pode vir a ser alocado nessa atividade que exigirá
dele porte de arma e habilitação para conduzir veículo. No caso do porte
de arma, isso é capitaneado pelo banco, porque tem uma relação com a
Polícia Federal, com o Ministério da Justiça, tem uso específico, toda
uma preparação. Então, é o banco que conduz. Com relação à condução de
veículos, raramente hoje um servidor admitido não tem habilitação. Pode
acontecer, mas é raro.
Mas o banco não vai, por exemplo, custear uma habilitação caso seja haja necessidade?
Não tem essa previsão.
Quando deverá ser realizado o programa de capacitação, segunda e última etapa do concurso?
Se tudo ocorrer conforme o previsto, a segunda etapa deve ocorrer em fevereiro, provavelmente, com duração de duas semanas.
O deslocamento e a hospedagem são por conta do candidato?
Isso. O candidato vai receber uma ajuda de custo, que é calculada com
base em 50% da remuneração do cargo. Se ele for servidor federal, pode
optar pela remuneração da origem durante esse período de capacitação.
Nós pedimos aos nossos leitores que nos enviassem perguntas para
entrevista e basicamente houve uma preocupação com a possibilidade de
convocações extras nos cargos e áreas pretendidos. Há uma demanda maior
de convocação de excedentes em algum cargo e área?
Não. Se obtivermos a autorização para a nomeação de até 50%
adicionalmente, a distribuição será proporcional ao número de vagas por
cargo e área do edital.
Outra dúvida importante foi sobre a possibilidade de
transferência. Foi perguntado se existe alguma outra exigência para
conseguir mudar de lotação, além de pelo menos três anos no exercício do
cargo.
Ao completar três anos, não haverá mais a barreira do edital
para a remoção. E aí se faz o processo normal de mobilidade, de
negociação. De uma forma geral, depois de três anos não há grandes
problemas, mas naturalmente temos que avaliar as necessidades, as
possibilidades de liberação, mas se elimina aquela barreira inicial. Não
quer dizer que após três anos o servidor automaticamente vai para a
região que ele quer.
Mas em um concurso de remoção o que vai definir se ele vai
conseguir ou não uma transferência? O tempo de casa conta, por exemplo?
Pode acontecer. Se fizermos, por exemplo, um programa
estrutural de remoção, não sabemos como vai ser. A gestão é dinâmica e
atende às demandas e necessidades do momento. Eu não posso assumir um
compromisso para daqui a três, quatro anos. Mas se lá daqui a três,
quatro anos houver um processo de mobilidade, vamos estabelecer quais
são as regras, as condições, as vagas disponíveis. E aí fazemos um
ranqueamento. Faz-se uma comissão, se estabelece quais são as regras
para a mobilidade e, naturalmente, se o tempo de casa é considerado como
um dos critérios, quem tiver mais tempo terá vantagem. Mas esses
critérios são claros e divulgados em portaria. Não é nada que seja feito
sem o conhecimento do servidor.
No concurso de remoção deste ano, quais foram os critérios?
Houve vários critérios. A área para a qual o servidor concorreu. Ganhou
mais pontos o servidor que concorreu para a mesma área, apenas em outra
regional. O próprio tempo de casa. Vários itens foram considerados.
Sobre a questão de pessoal, como está composto atualmente o quadro de servidores do Banco Central?
Em termos de quantitativo, em 31 de julho nós estávamos com 3.392 analistas, 609 técnicos e 181 procuradores.
A evasão por aposentadoria tem diminuído?
Não. Esse ano ainda estamos tendo uma saída muito elevada e isso já era
previsto. O quadriênio de 2010 a 2013 era crítico e isso está se
confirmando, continuamos tendo saídas significativas. A partir de 2014,
quando poucos servidores irão adquirir o direito à aposentadoria, essa
curva será descendente. Esse ano completamos um ciclo mais complicado em
termos de perda de quadro. Tivemos até julho 179 saídas. Esse
quadriênio tem sido crítico, como já havíamos previsto em 2008, quando
solicitamos a autorização para concursos.
A perspectiva é que o banco feche o ano com quantas aposentadorias?
Se até julho tivemos 179, devemos chegar a 300 e alguma coisa. Em 2012
tivemos 378. Então, este ano devemos ficar um pouco abaixo disso. E a
partir do ano que vem tende a haver um decréscimo.
E de quanto deve ser esse decréscimo. Já há uma projeção do número de aposentadorias no ano que vem?
Essa projeção é relativa, porque, considerando quem já tem
direito adquirido, que eram cerca de 600 servidores, na posição de 31 de
julho, e quem vai adquirir até o fim de 2014, vamos chegar a 820
servidores em condição de aposentadoria integral. A tendência é de
concretização de cerca de 40% disso. Mas estamos com probabilidade, com a
análise de tendências observadas nos últimos anos.
Qual seria o número relativo só a 2014?
Em 2014, somente 126 servidores vão adquirir o direito à aposentadoria.
Mas há um estoque de 2013, então, somando tudo chega a 825. Até o fim do
ano, vai haver perto de 700 pessoas em condições de se aposentar. Isso é
dinâmico, sempre trabalhamos com projeção, não dá para fechar um
número.
Mas assim como se espera um número menor de aposentadorias este
ano, comparado a 2012, em 2014 também se espera um número menor do que o
de 2013?
Certamente, a tendência é essa. Em 2015 vai estar bem mais tranquilo.
A questão das aposentadorias segue sendo o principal desafio do
banco com relação à retenção de servidores ou também há muitas saídas
por outros motivos?
O problema maior, de fato, são as aposentadorias e isso é uma questão
histórica. Na década de 80, o banco ficou mais de dez anos sem concurso
e, de fato, se criou um hiato. Como ficamos um tempo grande sem
reposições, essas aposentadorias dizem respeito a esse grupo que entrou
antes da década de 80, adquiriu o direito e, como naquele momento não
houve um reposição adequada, ficamos agora com esse problema maior.
Com relação a outras questões, é um número bem menos significativo?
Se a gente considerar o período de janeiro de 2010 a julho de 2013,
tivemos cerca de 1.500 aposentadorias. No mesmo período, conseguimos por
concurso o ingresso de 888 pessoas. E tivemos apenas 184 saídas,
considerando todas as demais saídas, por exoneração, posse em outro
cargo, demissões, falecimentos. Então, a relação é bem desigual. Hoje a
perda de servidores por outras razões que não seja por aposentadoria não
é um problema. Já foi, de 2000 a 2005, mas hoje não verificamos isso
nas mesmas proporções.
No ano passado, o Depes apresentou uma demanda estimada de 760
novos servidores em 2014 (500 analistas, 200 técnicos e 60
procuradores). O fato do banco ter conseguido apenas 515 (incluindo as
de procurador) das 1.090 vagas solicitadas para este ano faz aumentar a
demanda para o ano que vem? E devido a essa demanda, se aumentar, o BC
irá buscar a autorização para realizar um novo concurso já em 2014,
ainda durante a vigência da seleção atual?
Isso é inviável, pois estaremos com um concurso em validade.
Não há possibilidade nenhuma de fazermos um novo concurso em 2014. A
elaboração e execução de um concurso é um processo muito complexo, leva
tempo, tem muitas etapas. Então, não há que se falar em novo concurso em
2014. Vamos trabalhar para fazer com que esses novos servidores
ingressem e eventualmente buscar a prorrogação da validade. O foco todo
vai estar nesse concurso. Só se apresenta demanda por um novo concurso
no momento em que se consegue nomear todos os aprovados, nos limites
previstos no edital, dentro do que a legislação autoriza.
E como fica a questão da demanda para 2014?
Essas autorizações dependem do Ministério do Planejamento, que não
avalia só a demanda do BC, mas também de 'n' outros órgãos do Executivo.
E eles fazem essa análise com uma visão do todo. Vamos continuar
trabalhando para manter a força de trabalho adequada dentro do que é
possível e viável do ponto de vista também das instâncias competentes
para autorizar os concursos. Não temos autonomia para determinar.
Gostaríamos de ter uma reposição maior, certamente. Temos buscado essas
autorizações com toda uma argumentação, com muita consistência,
demonstrando com dados e informações, negociando até o limite. E aí o
que nos resta é fazer o concurso com as vagas autorizadas.
Então, quem tem interesse em ingressar no Banco Central tem que
aproveitar essa oportunidade, porque só a partir de 2015 haverá uma
próxima seleção?
É por aí. Em 2014 não há como fazermos outro concurso. Gostaria de
aproveitar para destacar que precisamos que mais mulheres atendam a esse
chamamento. Temos hoje no quadro 22% aproximadamente de mulheres.
Precisamos de mais mulheres no Banco Central.
A senhora saberia dizer porque há uma número muito menor de mulheres?
Acho que não há um único fator. Essa situação decorre muito das
aposentadorias. Nós tínhamos um pouco mais de mulheres, mas como muitos
se aposentaram, até em razão das regras de aposentadoria serem um pouco
mais generosas do ponto de vista de idade, de tempo de contribuição, o
que faz com que elas se aposentem um pouco antes. E de uma forma geral
ingressam mais homens do que mulheres. Todos são bem vindos. Precisamos é
de diversidade. Então, acho que é importante também que as mulheres
atendam ao chamado.
Muitos dos interessados em participar do concurso deste ano
ficaram decepcionados pelo fato de não serem destinadas vagas para
algumas capitais, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e com a
concentração muito grande da oferta em Brasília. Essa deve ser uma
política do banco daqui pra frente?
Os concursos atendem às necessidades do momento. No caso desse, como
tínhamos muita demanda represada em Brasília, por mobilidade para outras
regionais, em razão até do último concurso, que por ser nacional os
candidatos não sabiam para onde iriam. O fato é que dos que foram
alocados em Brasília, muitos vieram com essa demanda, que ficou
represada. Antes de abrir esse concurso, fizemos um processo de
mobilidade interna e todas as vagas no Rio e em Belo Horizonte foram
supridas. Isso aconteceu também com outras capitais. Se no próximo
concurso vai ser assim, eu não sei. Vai depender de como vai se
comportar essa questão da mobilidade até lá.
Por fim, o que aqueles que ingressarem no BC por meio desse
concurso podem esperar em relação à rotina de trabalho, à carreira no
banco e à possibilidade de crescimento?
O banco oferece, de fato, boas oportunidades de crescimento.
Até esse processo acelerado de aposentadorias acaba criando muitas
oportunidades. Todas as funções gratificadas do BC são de provimento
privativo dos servidores da casa, a não ser os cargos de presidente e
diretor. Isso contribui para as perspectivas de crescimento. O banco tem
sido muito demandado, cada vez mais, e reconhecido pelo seu trabalho. E
isso cria oportunidades. Há desafios de todas as naturezas e para todos
os gostos. O ambiente é tranquilo, sem grandes conflitos, a não ser por
aqueles naturais. O clima é muito bom.
E quanto aos benefícios?
Além dos benefícios comuns aos servidores federais, como
auxílio-alimentação e auxílio-transporte, temos um tradição muito forte
de desenvolvimento e capacitação dos servidores. É uma marca que tem
permitido manter o corpo técnico muito qualificado. Temos programas de
pós-graduação, programas de idiomas. Temos também um programa de saúde
muito bom, de autogestão, com participação contributiva dos servidores,
que oferece inclusive assistência odontológica. São coisas que
contribuem para uma certa tranquilidade. E o que esperamos dos novos
servidores é que venham com energia, com vontade de contribuir de todas
as maneiras para que o banco continue com o seu trabalho cada vez mais
aderente às necessidades do país. Precisamos desse grupo para garantir o
Banco Central do futuro.
Fonte: Folha Dirigida